quarta-feira, 30 de abril de 2008

Exposição Troféu Olívio Lamas de Fotojornalismo

Companheiros:
Os Sindicatos de Trabalhadores de Jaraguá do Sul e Região, em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas de SC, Fenaj e Associação Catarinense de Imprensa, convidam para a inauguração da Exposição "Troféu Olívio Lamas de Fotojornalismo", dia 30 de abril, quarta-feira, às 19h30min, no espaço cultural da Ajap (Associação Jaraguaense de Artistas Plásticos), no Terminal Rodoviário de Passageiros (rua Antônio Cunha, 60, Baependi).
A exposição é uma homenagem das entidades sindicais ao 1º de maio - Dia Internacional do Trabalhador. Será servido coquetel. Apareçam.
Lúcio Sassi e Sérgio Homrich dos Santos
Diretores do SJSC

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fernando Lugo vence eleição e promete que Paraguai "voltará a ser grande"

Martín Crespo /Efe
Massiva participação popular nas eleições coloca fim à hegemonia de 61 anos de controle do Partido Colorado no Paragui; novo presidente defende a construção do consenso




Os incidentes e denúncias sobre as práticas de compra de votos do Partido Colorado, em povoados, bairros e distritos do Paraguai, não foram suficientes para alterar o resultado qualitativo das eleições de 2008: a participação popular fez a diferença e escolheu Fernando Lugo, com 40,82% dos votos, pela Alianza Patriotica para el Cambio (APC), contra 30,72% da candidata colorada Blanca Ovelar. O ex-general Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), chegou ao final do pleito sem entregar o voto útil a Ovelar. Oviedo atingiu 21,98% da votação. Este resultado foi anunciado pela justiça eleitoral paraguaia, às 21:45h do domingo (20), quando 92% das urnas foram apuradas.

Antes, às seis horas, quando os primeiros resultados de boca de urna indicavam a vitória de Lugo, na sede da APC a bandeira paraguaia e o nome do ex-bispo eram ovacionados. O coordenador-chefe da campanha, Miguel Angel Lopez Perito, anunciava que o país vivia “a queda da ditadura de Stroessner” (1954-1988, reeleito oito vezes), e finalmente se iniciava a verdadeira transição. Na sua fala, Lugo afirmou “que os pequenos também podem vencer”. Naquele momento, já não havia chance de uma temida fraude e a vitória estava assegurada.

Os rumores de intimidações, compra de votos e de membros das mesas de votaçao não foram suficientes para conter a participação massiva. O povo paraguaio acudiu em massa às urnas, que este ano contaram com 60% de participação. Para comemorar a vitória, o Panteón de los Héroes, em Asunción, abrigava milhares de pessoas. A maioria eram jovens cuja última grande movimentação aconteceu durante o “marzo paraguayo”, em 1999, com a morte de sete manifestantes e a queda do então presidente Raúl Cubas Grau. Ainda assim, eles nunca haviam visto outro grupo no governo do país. Carros tomaram conta de uma cidade que até a noite de sábado estava em silêncio. Um silêncio que várias pessoas chamavam de “a calmaria antes da tempestade”.

Até bem pouco o clima era incerto. Na noite de sábado (19), em uma das últimas aparições antes da votação, Lugo compareceu à missa no município de Lambare, conurbano de Assunción. Estava acompanhado de seu vice, Frederico Franco, do partido liberal. Com o foco de poucos meios de comunicação, Lugo confirmou aquilo que um segurança da campanha havia dito em conversa com o Brasil de Fato. Lugo é um homem simples, austero. Na saída da missa, um grupo tentou provocar Lugo, arrumando confusão com outros fiéis da igreja.

Ação política decisiva


O descontentamento popular foi o primeiro fator para a eleição da APC. O outro papel decisivo coube -- como Lugo ressaltou em seus agradecimentos -- aos comissários que fiscalizaram as eleições em cada distrito, pela Aliança Patriotica para el Cambio (APC) e pelos movimentos populares. Inferiores em número, jogando o jogo desigual das eleições, cumpriram um grande trabalho militante.

A presença de observadores internacionais também foi reconhecida como decisiva. Estiveram seguindo as eleições desde a oficialista Organização dos Estados Americanos (OEA), passando pelo Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES), presidido pelo ex-presidente colombiano Andrés Pastrana. A presença de observadores dos movimentos sociais de vários países também foi uma prioridade dentro dos preparativos da APC para as eleições.

Para os militantes do Tekojoja, importante base de Lugo, o dia 20 de abril começou por volta das 4h da madrugada, com a divisão de carros entre os comissários dos diversos distritos de Assunção, que deveriam dar conta das inúmeras denúncias. A apreensão, naquele momento, era visível. Kátia, militante movimento, comentava a dificuldade no processo de consciência atual, sentida ao longo da campanha. “Quando fomos fazer trabalho de base, as pessoas não queriam conversa, antes perguntavam quanto iam ganhar com aquilo”, comenta.

Sabe-se que a democracia representativa é um jogo desigual em qualquer parte do globo, que responde ao marco burguês. Uma fratura que no Paraguai está ainda mais exposta. O número de votantes por mesa, em 2008, foi reduzido de 300 para 200, aumentando assim o número de mesas de votação. Resultado: aumenta conseqüentemente a dificuldade de vistoria e a margem de influência do Partido Colorado, que controla o país há 61 anos.

Membro da Comissão de advogados do Tekojoja, Ramón Sosa, alertava que o Partido Colorado, nas internas que haviam garantido a vitória da atual candidata, Blanca Ovelar, obteve uma diferença de apenas 25 mil votos, deixando suspeitas. “Existe um assistencialismo massivo, que precisa ser superado. Se três votos são eliminados de cada mesa, por exemplo, em 15 mil mesas isto significaria 45 mil votos”, compara.

A reportagem do Brasil de Fato pôde comprovar a inserção dos colorados nos bairros. Praticamente encerradas as votações, houve a denúncia no bairro de Lambaré de venda de cédulas eleitorais e pessoas ameaçadas, em uma sede do Partido Colorado. No caminho até o local, a reportagem deparou com militantes do partido, em um posto de comando, portando armas em plena rua. Na sede do partido, a prática de venda foi negada. Denúncias como esta se repetiram na voz de outros observadores internacionais.

Nesta segunda-feira (dia 21), vários matizes políticos deram o primeiro passo juntos, dentro da APC. Um tema bastante levantado é o futuro das forças que formam a aliança. Na primeira entrevista coletiva após o resultado das eleiçoes, Lugo acenou para a conciliaçao entre a classe política paraguaia, em nome de um projeto de país deixado de lado até então. “Faço um convite muito especial, a toda a classe política, a todos sem exceção: inclusive com aqueles que não compartilham destes ideais. Juntos cremos que (este país) voltará a ser grande”, expressou.

A orientação, neste momento, é estimular diálogo. “Temos que seguir sendo aliança, dialogando com todos os partidos”, afirma um militante do P-MAS. Para Guillermina Kanomikoff, secretária do Tekojoja, foi importante superar o antigo processo onde “votavam os mortos”. Agora é preciso indicar à população o seu protagonismo no governo Lugo. “Não se trata de construir por votos, mas por consensos”, comenta Guillermina.Pedro Carrano, enviado especial a Assunção para o Brasil de Fato

terça-feira, 15 de abril de 2008

MST soma protestos em 14 estados por Reforma Agrária

BALANÇO DA JORNADA NACIONAL DE LUTAS
SC, PR, GO e RN também fizeram ações em jornada nacional de lutas, que pede crédito para produção e habitação.

O MST realizou ocupações, protestos e marchas em 14 estados na jornada nacional de lutas para exigir o assentamento das 150 mil famílias acampadas no país e cobrar investimentos públicos em assentamentos. Em Santa Catarina, 1600 assentados do MST fizeram manifestações em seis municípios em defesa da criação de uma linha de crédito específica para a produção agrícola e para habitação em áreas de assentamentos, nesta segunda-feira (14/4).

Os protestos aconteceram na frente do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal nos municípios de Rio Negrinho, com 150 pessoas; em Canoinhas com 300 pessoas; Curitibanos, com 150 pessoas; Caçador, com 400 pessoas e Lebon Régis, com 150 pessoas. Em Xanxerê, 500 assentados fazem marcha de Xanxere a Chapecó até dia 17.

As famílias assentadas têm dificuldades para acessar o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que não considera as especificidades das áreas de Reforma Agrária. O Ministério do Desenvolvimento Agrário disponibiliza R$ 12 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na safra 2007/2008 (custeio, investimento e comercialização). Os assentados não conseguem acessar nem 15% dos contratos.

"Precisamos de um crédito específico para assentamentos, que viabilize a produção de alimentos para a população das cidades. O governo tem dado prioridade ao agronegócio. Só o Banco do Brasil emprestou 7 bilhões de dólares para 15 grupos econômicos, enquanto nossos assentamentos não têm apoio suficiente", afirma a integrante da coordenação nacional, Marina dos Santos.

Em Goiás, cerca de 250 famílias do MST ocupam a fazenda Mata Rica, em Edealina, no sábado (12/4). A propriedade de 2 mil hectares é fruto da grilagem de terras e as famílias Sem Terra reivindicam que a área seja destinada para a Reforma Agrária. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Goiás garantiu abrirá processo para vistoriar a área. Esta é a segunda vez que a fazenda é ocupada.

No Paraná, cerca de 250 famílias do MST estão desde sábado na fazenda Itapema, no município de Jacarezinho, região norte. Atualmente, ainda existem 6 mil famílias acampadas, em beiras de estradas e latifúndios improdutivos no Paraná. A área com 793 hectares de propriedade de Roberto Barros, já havia sido desapropriada pelo Incra(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cumprindo decreto presidencial de 18 de janeiro de 2008 para fins de Reforma Agrária.

No Rio Grande do Norte, cerca de 500 famílias ocuparam nesta manhã área da Fazenda Maísa, no município de Mossoró. A área ocupada hoje é improdutiva e ainda não foi desapropriada. Em parte da fazenda, já existe um assentamento com 1150 famílias.

"A Reforma Agrária está emperrada no país por causa da política econômica, que beneficia as empresas do agronegócio, concentra terras e verbas públicas para a produção de monocultura para exportação. O governo precisa apoiar a pequena e média produção agrícola para fortalecer o mercado interno, garantir a produção de alimentos para a população e a preservação do meio ambiente", afirma José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST.

O governo federal prometeu liberar crédito para a construção de 31 mil habitações rurais em 2007. Foram contratadas apenas 2 mil, enquanto há demanda para 100 mil casas no meio rural. O MST cobra a criação de uma linha de crédito específica para a produção agrícola em assentamentos. As famílias assentadas têm dificuldades para acessar o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que não considera as especificidades das áreas de Reforma Agrária.

A Jornada de Lutas por Reforma Agrária do MST já mobilizou desde o final de semana famílias acampadas e assentadas em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Alagoas, São Paulo, Roraima e acampamento em Distrito Federal e Pará. No começo do mês, aconteceram protestos em Bahia, Rio de Janeiro e Ceará.
Informações à Imprensa
Cássia Bechara - MST-PE - (81) 96474331 / 8795 4986 / 3722
Cedenir Engelmann - MST-RS - (54) 99813904
Bárbara Zeferino - MST-AL - (82) 9911-3989
Igor Felippe Santos - (11) 3361-3866
Maria Mello - (61) 3322-5035
Mariana Duque - (21) 9736-3678

Maria Mello - Assessoria de imprensa
Escritório Nacional do MST - Brasília
(61) 3322 5035 / 8464 6176 - www.mst.org.br

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dia Nacional de Lutas e Mobilização pela Redução da Jornada de Trabalho

Publicado: 11/04/2008 - 15:56 - Por: CUT

A relação de atividades que comporão o Dia Nacional de Lutas e Mobilizações pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários será anunciada na próxima segunda-feira, dia 14, às 10 horas, pelos presidentes das centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

O Dia Nacional de Lutas e Mobilizações pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários, propriamente dito, vai ocorrer em 28 de maio e será marcado por manifestações, atos públicos, passeatas, assembléias e paralisações por todas as regiões do Brasil, em defesa da aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de emenda constitucional nº 393/01, de autoria dos senadores Paulo Paim e Inácio Arruda.

Sindicatos e federações estão colhendo assinaturas de trabalhadores em suas bases e também em locais de grande concentração popular para o abaixo-assinado reivindicando a redução da jornada que será enviado ao Congresso Nacional.
Lançamento do Dia Nacional de Lutas das centrais sindicais
Data: segunda-feira (dia14) - Horário: 10 horas
Local: Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa
Rua São Joaquim, 381 – Liberdade - São Paulo – SP
Mais informações:
Artur Henrique, presidente da CUT - (11) 2108 9120

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Conferência Nacional em Defesa da Revolução Venezuelana!

A revolução na Venezuela passa por um momento especial. Há grandes possibilidades de avançar rumo ao socialismo, mas também existem graves problemas que podem paralisar e fazer retroceder a revolução. A enorme pressão internacional para “enquadrar”, isolar e desmoralizar Chávez e o povo venezuelano, a sabotagem econômica dos capitalistas e da oligarquia da Venezuela, bem como o freio que representa a burocracia do governo e do movimento bolivariano, assim como os dirigentes sindicais que desagregam e atomizam o movimento operário, são os principais obstáculos do processo revolucionário.
O governo Chávez deve continuar o caminho da estatização que se iniciou em 2005 com a expropriação de Venepal (hoje, INVEPAL) e da CNV (Construtora Nacional de Válvulas, hoje INVEVAL) e em 2007 com a nacionalização da bacia petrolífera do Orinoco, da CANTV e da Eletricidade de Caracas. O tempo passa e as massas começam a se cansar de discursos. A contra-revolução se reestrutura e se encoraja com o resultado do referendo sobre a reforma constitucional. O governo Chávez precisa passar das palavras aos atos na erradicação do capitalismo na Venezuela iniciando de fato a construção do socialismo.
A principal tarefa dos marxistas na Venezuela, hoje, é construir a organização revolucionária internacional e ajudar a constituição do movimento operário como “classe para si” através dos sindicatos e da reconstrução da UNT, assim como da constituição do PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela) como partido da classe trabalhadora fortalecendo sua ala marxista revolucionária. Além disso, a continuidade da luta da FRETECO (frente de fábricas ocupadas e em luta), junto com organizações populares, camponesas e estudantis, pelo controle operário e as nacionalizações, pela tomada de terras e demais reivindicações, é um importante caminho para ajudar a avançar a revolução.
Mas, é evidente que a revolução necessita do apoio internacional da juventude e da classe trabalhadora para avançar. O cerco do imperialismo é internacional como mostram as viagens de Bush, de Condoleezza Rice, as provocações de Uribe a mando dos EUA, etc. Nessas condições, a campanha “Tirem as Mãos da Venezuela”, assumiu a tarefa de construir uma ampla rede de solidariedade militante no Brasil na defesa do processo revolucionário e de seus avanços. O que inclui informação viva para que mais e mais trabalhadores e jovens saibam o que realmente está acontecendo na Venezuela.
Em SC, já ocorreram atividades em 6 cidades diferentes, com público de 20 a 100 pessoas e representações sindicais e parlamentares. Em PE, foi realizada uma excelente atividade com a presença do Cônsul venezuelano, entidades sindicais e movimentos sociais. Em SP, foi realizado o lançamento nacional, além de visitas e atividades no Consulado e diversas outras atividades agrupando parlamentares e movimentos sociais.
A partir das atividades realizadas no fim de 2007, na Assembléia Legislativa de São Paulo, um Comitê Nacional da Campanha “Tirem as Mãos da Venezuela” foi formado e está organizando uma Conferencia Nacional em Defesa da Revolução Venezuelana para 31 de Maio de 2008, em São Paulo. Delegações de diversos estados são esperadas assim como da Venezuela, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Entre em contato e ajude a construir esta campanha!
por Serge Goulart
Escreva para: pedro.santinho@uol.com.br e visite:http://www.tiremasmaosdavenezuela.blogspot.com/

terça-feira, 1 de abril de 2008

“Guerra midiática” na Venezuela

Grupos empresarias de comunicação organizam reunião em Caracas; já Hugo Chávez convoca encontro para denunciar o "terrorismo midiático", condição necessária do terrorismo militar e econômico, segundo o documento final assinado por intelectuais e jornalistas de 14 países

Claudia Jardim - Correspondente do Brasil de Fato em Caracas (Venezuela)

“ Lá na praça estão os donos dos meios de comunicação dizendo que aqui não há liberdade de expressão. Realmente, eles têm razão, não há liberdade, porque nós, o povo, não temos vez nos jornais deles. Então, é a liberdade de quem que eles estão defendendo?”, o questionamento de Maritsa Carrillo marcava o tom do Encontro Latino-Americano contra o Terrorismo Midiático realizado em Caracas na semana passada.

Conhecido por ter sofrido um “golpe midiático” em 2002 e por ter determinado o fim da concessão do canal de televisão privado RCTV em 2007, o governo da Venezuela promoveu o encontro para fazer frente à reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) organização que o presidente Hugo Chávez considera como o “braço do imperialismo na comunicação”.

Os intelectuais e jornalistas de mais de 14 países que participaram do encontro utilizaram a recente crise diplomática que afetou a região andina e a “campanha em contra” do acordo humanitário na Colômbia, para denunciar que as empresas de comunicação transnacionais utilizam “informações falsas para realizarem uma agressão massiva e permanente contra os povos e governos que lutam pela paz, a justiça e a inclusão", afirmou a "Declaração de Caracas”, emitida ao final do encontro.

O documento afirma que o “o terrorismo midiático é o primeiro passo e condição necessária do terrorismo militar e econômico” e responsabiliza a administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pelo o que consideram como uma sistemática agressão contra os meios de comunicação alternativos, populares e comunitários.

A Declaração aponta a SIP - que congrega os donos dos principais jornais da América Latina – e a organização Repórteres Sem Fronteiras como instrumentos de "falsificação da realidade e na difamação globalizada".

Visões antagônicas
A cobertura dos dois eventos também revelou a intensidade da guerra vivida entre Estado e meios de comunicação privados. Na tela do canal de televisão estatal – que transmitia o Encontro contra o Terrorismo – o jornalista brasileiro Beto Almeida – integrante do conselho editorial do jornal Brasil de Fato – propunha a realização de uma Cúpula de Chefes de Estado para discutir o problema do “terror” das mídias. Enquanto isso, no canal privado Globovisión – encarregada da transmissão ao vivo das discussões da SIP –, o representante da Associação Nacional de Jornais se solidarizava, “em nome de todos os brasileiros” com a imprensa venezuelana.

A partir de um luxuoso hotel localizado na Praça Altamira, símbolo da oposição venezuelano, a SIP “resolve condenar as violações por parte do lado governo (Hugo) Chávez aos direitos humanos dos jornalistas, trabalhadores dos meios de comunicação e as constantes ameaças intimidantes (...) contra jornais, a radio e a televisão independentes”, indicou o organismo.

Enquanto a SIP criticava os governos de Cuba, Venezuela e México (o último pela morte de jornalistas) do lado de fora, uma manifestação com teatro de rua organizada pelo outro encontro representava “a manipulação e lavagem cerebral” promovida pelos meios de comunicação. Na representação, o prêmio “Augusto Pinochet de jornalismo independente” foi “disputado” pela CNN e Globovisíón e El Tiempo de Bogotá ficou com a condecoração de “Narcojornalismo”.

“Quando a oposição controlava a prefeitura de Caracas tentaram fechar duas vezes nosso canal, até então a única televisão comunitária da cidade. Porque a SIP nunca se pronunciou a este atentado contra a liberdade de expressão das comunidades”, argumentou o presidente da televisão comunitária Cátia Tve, Gabriel Gil.

Mas os venezuelanos afiliados à SIP tampouco saíram satisfeitos de seu encontro. Seus colegas de grêmio decidiram suavizar a referência que fazem ao governo venezuelano. Decidiram mudar o termo “regime” – utilizado pela oposição venezuelana - e voltaram a empregar a qualificação “governo” da Venezuela em suas declarações. “O cortês não elimina o valente”, justificou Danilo Arbilla, representante dos jornais do Uruguai.
FONTE: Brasil de Fato