terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

8 de março, dia internacional da mulher

Se sindicalizar pra quê?

Sindicalismo

Muitas vezes escutamos esta frase, no trabalho, em casa ou numa mesa de bar. Sobretudo entre petroleiros esta idéia é cada dia mais freqüente. Afinal, “nós temos uma PLR maior do que a maioria dos outros trabalhadores, temos a Petros. Afinal estamos melhor do que o que existe por aí.”

Esta é a conversa que sempre aparece, especialmente entre trabalhadores que estão numa situação melhorzinha do que a maioria. Diretores do sindicato tentam sindicalizar os companheiros, mas a frase que se escuta é sempre a mesma: “Pra que serve se sindicalizar? O sindicato não resolve nada!”.

Sem sindicatos estaríamos trabalhando ainda 16 horas por dia

Muitos companheiros não lembram que os poucos direitos que os trabalhadores têm, hoje, são fruto de muitas lutas durante mais de cem anos. Estas batalhas para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil, como no mundo inteiro. Vamos relembrar algumas destas conquistas.

A primeira foi a redução e afixação da jornada de trabalho. A luta por sua redução começou mais de 150 anos atrás. Somente a partir dos anos 1920 os trabalhadores do mundo começaram a conquistar as 8 horas diárias. No Brasil foi em 1932. E tem mais, cem anos atrás não existiam o descanso aos domingos e as férias. Estas só vieram com milhares de greves, manifestações e à custa de prisões e mortes de centenas e milhares de trabalhadores do mundo inteiro.

Quem não gosta do 13º salário? Quebra um galhão quando ele chega, não é? Pois é, as primeiras greves para conquistar o 13º começaram em 1953, em São Paulo. Mas este só foi reconhecido em lei em 1962, após nove anos de muitas lutas. Na véspera de o presidente João Goulart assinar a lei, foram presos cinco mil metalúrgicos em São Paulo que estavam em greve, na frente do sindicato, para conquistar este benefício que já existia quase no mundo todo.

E todas as outras conquistas foram fruto da luta organizada dos sindicatos, daqui e do exterior. É o caso das leis de aposentadoria, de acidentes de trabalho, da licença-maternidade. Enfim, é assim com tudo o que temos hoje, e muitos trabalhadores acham que esses direitos nos foram dados de mãos beijadas. Alguns chegam a dizer que a “empresa é uma mãe”. Desconhecem os processos de luta e resistência dos trabalhadores e seus sindicatos na conquista desses direitos.

Hoje o sindicato é mais necessário do que nunca

Muita gente se ilude que agora o sindicato caiu de moda. Sobretudo, para quem trabalha na Petrobrás, pra que serve sindicato?

A gente não pensa na política geral que desde 1980 está dominante no mundo e, entre nós, no Brasil, passou a dominar todos os aspectos da nossa vida. Já falamos mil vezes do neoliberalismo. Pois é, a política neoliberal significa uma coisa muito simples: liberdade total ao capital e arrocho geral sobre os trabalhadores. Por esta política, os direitos que temos hoje são um luxo. É preciso reduzi-los.

Se hoje estamos empregados, quem disse que amanhã não seremos camelô ou taxista? Quem disse que a Petrobrás não vai mandar embora? Quem disse que nosso setor não vai ser terceirizado ou simplesmente extinto? Quem garante que nosso lugar não vai ser tomado por uma máquina superautomatizada que vai pôr na rua centenas de colegas e nós no meio?

Por isso, ao contrário do que muitos pensam, a nossa união é mais necessária do que nunca. O sindicato vai ser mais útil do que nunca.
E, com cada um participando, o SINDIPETRO-RJ terá mais força. Mais força para defender cada trabalhador e trabalhadora.

Esse é o sentido do sindicato.
Uma ferramenta antiga e sempre nova, como uma faca.

Por Vito Giannotti (Núcleo Piratininga de Comunicação)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Campanha Salarial 2008

Cartaz produzido para a Campanha Salarial 2008 do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Jaraguá do Sul e Região.

Servidores podem definir greve

CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
SECRETARIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO

Neste sábado e domingo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que representa 70% dos servidores do Executivo, realiza sua Plenária Nacional. Cerca de duzentos delegados de base se reúnem no Teatro Dulcina, no Conic, para discutir o andamento das negociações com o governo. Das discussões e debates deste fim de semana pode sair um indicativo de greve do setor.

Os servidores vão definir ainda um plano de lutas, pauta de reivindicações e um calendário de mobilização e atividades. Uma grande marcha a Brasília já foi agendada e acontece na segunda quinzena de março.

Pelo menos 28 categorias com acordos e compromissos firmados com o Ministério do Planejamento seguem apreensivas, desde que o governo anunciou cortes no orçamento que podem afetar reajustes negociados ao longo de 2007.
Plenária Nacional Condsef
Sábado e domingo - A partir das 10 horas
Teatro Dulcina - SDS - Edifício Conic, bloco C. Lojas 30/64

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Imprensa Condsef (61) 9116-7445 - (61) 2103-7205

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Pelo direito à vida

A poucos dias da data que relembra o massacre das operárias americanas e deu origem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) tomamos conhecimento, através da imprensa, do assassinato de uma costureira, em Jaraguá do Sul, morta a facadas pelo marido, dentro de casa. A tragédia deixa claro que ainda estamos a mercê da ira de homens que, por incapacidade de resolver conflitos de forma coerente, optam, por assim dizer, em destruir vidas. Neste caso em particular o assassino, que depois se matou, destruiu não apenas vidas, destruiu também a família e atingiu, de forma irremediável, duas crianças que agora estão órfãos de pai e mãe. A perda é irreparável.

Não existe justiça que chegue a tempo de devolver aos filhos, parentes e amigos a paz de espírito roubada de forma tão brutal e sem sentido. Não existe explicação que justifique atos insanos com o de tirar a vida de outra pessoa. A violência doméstica, mesmo quando não acaba em morte, contamina o tecido familiar. Estatísticas mostram que homens que espancam suas parceiras também são violentos com as crianças dentro de casa. Pesquisas revelam que filhos criados em famílias em que a mulher é submetida à violência apresentam mais problemas, que vão desde pesadelos ao abandono da escola.

Em momentos como esse, várias perguntas não calam: o que leva um marido/companheiro a tirar a vida daquela a quem jurou amor eterno algum dia? O que o leva a brutalmente assassinar a mãe de seus filhos? Que direito tem qualquer ser humano de tirar de outra pessoa o dom mais precioso que recebemos de Deus, que é o milagre da vida? Como pode alguém se sentir no direito de se tornar dono do outro, a ponto de agredir, matar? Nada, nenhuma situação, por mais difícil que seja, merece um desfecho de morte. Sempre existem outros caminhos, outras alternativas.

Como mulher, mãe e coordenadora do Departamento da Mulher do STIVestuário quero reforçar aqui a necessidade de uma Delegacia especializada para a mulher e a implantação de políticas públicas que sirvam de proteção e prevenção a atos de violência e desrespeito ao bem maior das pessoas, que é a própria vida. Não podemos ficar indiferentes enquanto as estatísticas de crimes contra a mulher só aumentam. Já de longa data o Movimento de Mulheres de Jaraguá do Sul vem abordando este tema da violência doméstica, que toma proporções assustadoras. Dia após dia nos deparamos com mulheres agredidas física e psicologicamente, que buscam nos seus sentimentos mais profundos forças para continuar vivendo. Infelizmente para algumas já não resta nem isso, porque a morte brutal já as levou. Inúmeras assinaturas já foram colhidas para a implantação da Delegacia da Mulher em Jaraguá do Sul, são anos de batalha de vários segmentos da comunidade. E até agora nada.

O Departamento da Mulher do STIVestuário se sente enlutado, quando nos deparamos com a notícia de mais uma morte de uma mulher jaraguaense dentro de sua própria casa, vítima de seu companheiro. O sentimento é de pesar e revolta mas, principalmente, de impotência diante de uma situação que tem se tornado cada vez mais freqüente em nossa sociedade.
Fonte: (email recebido) Rosane Sasse - vice-presidente e coordenadora do Departamento da Mulher do STIVestuário de Jaraguá do Sul e Região

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Trabalhadores ocupam fábrica em Campinas


A Ceralit fica em Campinas (SP) e produz ceras e óleos usados como matéria-prima em vários ramos industriais. Há cerca de 200 trabalhadores atualmente e já há alguns anos o patrão não paga corretamente os salários e direitos. O maquinário é antigo e o risco de acidentes é permanente. Porém, há também um setor novo na fábrica para a produção de biodiesel, que está subutilizado.Os trabalhadores da Flaskô sempre apoiaram os companheiros da Ceralit e alguns já visitaram a fábrica ocupada para ver como se aplica a gestão operária. Em maio de 2007, diante da incompetência patronal, os próprios trabalhadores conseguiram fechar acordos de fornecimento de matéria-prima e venda de produtos, mas, conforme explica o Sindicato dos Químicos:“No dia 22 de dezembro último venceu o contrato com o fornecedor principal. Sem a matéria prima a produção parou, ficou impossível garantir os salários e houve o corte dos serviços prestados pelas concessionárias de água, luz e telefone. Este fornecedor garantia a entrega da matéria prima, pois estava interessado em comprar a Ceralit.No entanto, no dia 22, ele comunicou aos trabalhadores que a dívida de R$ 160 milhões supera o patrimônio da empresa, o que o levou a se desinteressar pela compra.Trabalhadores querem fazer a Ceralit funcionar com a ocupação da fábrica, além de impedir uma tentativa patronal de retirar as máquinas e equipamentos, os trabalhadores pretendem fazer com que ela volte a produzir. Para isso, nos próximos dias manterão contatos com fornecedores de matéria prima e com empresas que consomem o que a Ceralit produz”.Toda força aos companheiros na defesa dos empregos, direitos e do parque fabril! Pela retomada da produção sob controle operário!
Para ver a matéria no site do Sind Quim, acesse:
Trabalhadores ocupam fábrica em Campinas
Fonte: Email recebido do companheiro Rafael Prata, jornalista da Região de Sumaré/Campinas-SP

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Truculência Policial no RS


A truculencia do Governo da sra. Yeda Crusius.. que mandou mais de mil soldados, para cercar o encontro estadual do MST-RS que se realizava no assentamento da ex-fazenda anoni, atual NOVO SARANDI.
Vejam o relato do fotografo, autor das fotos Leonardo Melgarejo.

Em anexo, a sequência das fotos.
Os fatos:


1 - Encontro Estadual do MST se realiza em assentamento muito bem sucedido, área federal desapropriada há cerca de 20 anos e cedida para as famílias ali estabelecidas, que ofereceram seu espaço, suas casas, para os cerca de 1500participantes do evento.

2 - Um juiz estadual determina mandato de busca e apreensão para itens supostamente roubados por algumas pessoas que supostamente estariam participando do Encontro. Os itens incluem um anel de ouro, uma máquina fotográfica, R$ 200, um rádio de carro, entre outros. Merece destaque o fato de que estes itens são apresentados desta forma, que não permite sua identificação. Qualquer anel dourado, qualquer máquina, qualquer conjunto de notas e moedas somando R$ 200 se enquadram no rol de provas a serem buscadas.

3 - É montado um aparato de busca envolvendo o que se vê nas fotos. O assentamento é cercado. Os assentados são informados, na parte da tarde, que na manhã seguinte será executada a ação.

4 - Os assentados, que convidaram os participantes a se reunirem ali, não aceitam abrir suas casas para uma revista que não daria em nada, pelo absurdo do ato.

5 - Ao amanhecer inicia-se o processo, com divergências entre o comando da Brigada e o comando da Polícia a respeito da necessidade de levar a ação a termo, nos moldes em que ela está se delineando. Com apoio do comando da Polícia, são estabelecidas negociações envolvendo vários interlocutores, que incluem ministros de estado, juízes, ouvidores agrários e diversas articulações para obter manifestação da governadora, que supostamente já haveria dado seu consentimento ao ato. A imprensa internacional anuncia a possível tragédia. A ONU se manifesta pedindo suspensão da ação.

6 - Os agricultores se preparam para oferecer resistência, com paus e pedras. A organização dos agricultores consegue conter o nervosismo de todos, a tensão é amenisada com canções. No momento em que o confronto parece inevitável, a negociação evolui para bom termo. Os ônibus são revistados pela polícia, a brigada militar não entra na área do assentamento, a ação militar é suspensa, os agentes se retiram, agricultores retornam às atividades do Encontro.
Para detalhes, procurem a Raquel. agencia chasque
redacao@agenciachasque.com.br
Grande abraço a todos
Leonardo Melgarejo