quinta-feira, 12 de junho de 2008

Entidades intensificam ações pelo Piso Estadual de Salários

Contatos com os deputados, ofício à Ouvidoria e outras manifestações estão previstas,na tentativa de pressionar o governo do estado

Jaraguá do Sul – As Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores de SC engajadas na luta pela implantação do piso estadual de salário estão aproveitando as audiências públicas promovidas pela Assembléia Legislativa em vários municípios para buscar apoio da sociedade e dos políticos em torno da proposta de um salário mínimo para Santa Catarina. As audiências são para discutir a LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias) e Orçamento 2009. Começaram no dia 9 de junho, na cidade de São Miguel D’Oeste, e encerram dia 19, em Rio do Sul. O diretor da Fecesc (Federação dos Trabalhadores no Comércio), Ivo Castanheira, acredita que as audiências públicas da Alesc podem ser boas oportunidades de sensibilizar os deputados para a questão.

O contato com os deputados, nas suas bases, faz parte das novas estratégias dos movimentos sindical e social do estado na luta pela implantação do piso estadual, iniciada em 2006. Já no dia 19 de junho está prevista uma reunião da Fecesc (Federação dos Empregados no Comércio), em Florianópolis, entre todas as entidades. Outra iniciativa, sugerida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), é de que cada central e federação envie ofício à Ouvidoria Geral do Estado de Santa Catarina solicitando atenção ao projeto de implantação do piso estadual, entregue ao governador Luiz Henrique da Silveira há alguns anos.

Argumentos em defesa da proposta

Os estudos que o Dieese em Santa Catarina realizou mostram que, potencialmente, acima de 400 mil trabalhadores catarinenses poderiam ser diretamente beneficiados por um piso estadual de salários, no valor de R$ 524,20. Desta conta estão excluídos os trabalhadores sem carteira e aqueles que trabalham por conta própria, cujos salários em parte se referenciam pelo salário mínimo nacional. Estão fora de estimativa também os pisos salariais das demais categorias de trabalhadores, que certamente seriam beneficiados por um piso estadual, como hoje ocorre em relação ao salário mínimo nacional.

O piso que está sendo proposto pelo movimento sindical cabe no PIB estadual. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima que, em 2006, a renda per capita do Estado tenha alcançado R$ 14.312,00 (sem o recálculo do PIB), a quinta do país. Um salário mínimo de R$ 524,20, mesmo com encargos sociais, ficaria bem abaixo da renda per capita estadual. Além disso, a economia catarinense cresce acima da economia nacional. O crescimento médio do PIB catarinense nos últimos anos tem ficado acima do crescimento do PIB no Brasil. Estimativa da secretaria de Estado do Planejamento prevê que o PIB catarinense de 2007 deve registrar crescimento de 8,2%, muito acima dos 5,4% atingidos pela economia brasileira.
Informa Editora - Jaraguá

Setor Plástico fecha Convenção Coletiva

Pressionados pela greve, patrões concedem 7,5% de reajuste salarial, sendo 2% de aumento real

As trabalhadoras e trabalhadores do setor Plástico de Biguaçu, Jaraguá do Sul e Rio Negrinho recebem no quinto dia útil de julho reajuste salarial de 7,5% como resultado das negociações coletivas de trabalho com o Sindicato patronal. O reajuste é retroativo a 1º de abril, abrange também os pisos salariais da categoria e representa 2% de aumento real em relação à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) registrada entre 1º de abril de 2007 e 31 de março de 2008, de 5,5%. A Convenção Coletiva inclui ainda cláusula de abono salarial no valor de R$ 150,00 a todas as trabalhadoras e trabalhadores, a ser pago até o quinto dia útil de agosto. As demais cláusulas da Convenção anterior foram mantidas.

O fim do impasse com o Sindicato patronal começou a se definir a partir da paralisação de 100% das quase 300 trabalhadoras e trabalhadores da empresa Plasc, em Biguaçu, no dia 10 de junho. A Campanha Salarial do setor foi deflagrada de forma unificada, através da coordenação da Fetiesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de SC). O secretário de Negociação Coletiva da Fetiesc e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Plásticos, da Borracha e Papelão de Jaraguá do Sul e Região, Sérgio Ferrari, ressalta a importância política do movimento: "Tivemos a confiança e participação da categoria nas Assembléias, em cada município, definindo pelo estado de greve com muita coragem, por tudo isso, a nossa campanha unificada está consolidada", avalia Ferrari.

O presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, destaca o comprometimento dos dirigentes de entidades filiadas e de muitas não-filiadas à Federação, que se deslocaram do oeste e do sul do estado para fortalecer o movimento unificado. "Isso demonstra que a unidade da classe trabalhadora, participando das lutas pela garantia de direitos, traz resultados positivos, sempre". Martini lembra que, desde a primeira rodada de negociação, "os patrões tentaram romper com a unidade das trabalhadoras e trabalhadores". A Campanha Unificada lançada pela Fetiesc começou a ser planejada há seis meses, após a realização de uma pesquisa de opinião, para expressar as reivindicações mais urgentes da categoria. Uma delas, que não chegou a ser conquistada, foi a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com o fim do trabalho aos sábados. "Agora, o debate vai continuar, por empresa, de maneira constante", adianta Sérgio Ferrari.
Informa Editora- Jaraguá

Setor Plástico de SC: Máquinas Paradas Devido à Intransigência Patronal

Trabalhadores e trabalhadoras da empresa Plasc, em Biguaçu, iniciaram a greve durante a madrugada

A primeira empresa do setor plástico a paralisar atividades na produção foi a Plasc, na noite do dia 10. Mais de 80 dirigentes sindicais de todo estado permaneceram defronte ao portão principal da empresa, em Biguaçu, durante toda a madrugada, para convencerem os trabalhadores e trabalhadoras do terceiro turno sobre a necessidade da greve, que deve se estender a outras empresas da categoria, em Jaraguá do Sul e Rio Negrinho. A Plasc possui aproximadamente 300 trabalhadores nos três turnos.

"A greve vai se alastrar a outras empresas devido à intransigência dos patrões, que se negam a discutir aumento real de salário e o fim do trabalho aos sábados", explica o secretário de Negociação Coletiva da Fetiesc e presidente do Sindicato dos Plásticos de Jaraguá do Sul e Região, Sérgio Ferrari. Ele adverte que falta assessoramento ao Sindicato patronal. "A negociação está difícil pela incompetência da assessoria dos patrões. A produção das empresas vive bom momento, está acelerada, e os trabalhadores e trabalhadoras sabem disso", completa. A categoria reivindica 8% de reajuste salarial, 10% de reajuste no piso, abono de salário e o fim do trabalho aos sábados.

Polícia para quem precisa

Os dirigentes sindicais protestaram contra a presença ostensiva da Polícia Militar durante a deflagração da greve na Plasc. Várias viaturas, inclusive do Bope, permaneceram dentro do pátio da empresa. "A Polícia montou uma verdadeira operação de guerra para intimidar os trabalhadores e trabalhadoras. Por que o secretário de Segurança Pública não manda os policiais procurarem bandidos que amedrontam a população de Joinville?", sugere Ferrari. "
Maria Helena de Moraes e Sérgio Homrich

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Setor plástico de Santa Catarina em estado de greve

Decisão foi tomada durante Assembléias nos municípios que integram a Campanha Salarial Unificada

Jaraguá do Sul – As trabalhadoras e trabalhadores do setor plástico do Estado, exceto os de Criciúma, decretaram estado de greve na categoria. A partir de segunda-feira (9 de junho) devem ocorrer paralisações-relâmpago em algumas empresas. A decisão pelo estado de greve foi tomada em quatro assembléias, realizadas entre os dias 30 de maio e 3 de junho e envolve trabalhadores do setor plástico das cidades Biguaçu, Jaraguá do Sul e Rio Negrinho, onde foi deflagrada a Campanha Unificada, coordenada pela Fetiesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de SC). A segunda audiência de conciliação entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores está marcada para as 10 horas do dia 10 de junho, na Delegacia Regional do Trabalho, em Florianópolis.

A categoria luta por um reajuste de salário, pelo menos, igual ao conquistado pelas trabalhadoras e trabalhadores do setor plástico de Criciúma, que foi de 8%, mais abono de R$ 300,00 e piso salarial de R$ 613,70, além da liberação dos pais ou responsáveis para levarem os filhos de até 14 anos a consultas médicas e odontológicas. A proposta do sindicato patronal para o restante do estado é de 6,3% de reajuste e foi rejeitada nas assembléias.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, da Borracha e Papelão de Jaraguá do Sul e Região (Sintiquip) e também secretário de Negociação Coletiva da Fetiesc, Sérgio Ferrari, a greve tem a adesão maciça dos trabalhadores. "Os trabalhadores estão sabendo que o momento econômico é favorável e que esta seria a chance de se obter um aumento real de salário. Estão dispostos a parar, caso não sejam atendidas as suas reivindicações. O bolo cresceu, a classe trabalhadora quer a sua fatia", avisa Ferrari. A diretoria executiva da Fetiesc está reunida desde ontem (5), em Criciúma, para definir os novos rumos do movimento.