sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O carcamano do patrão (poema)

Pode existir gente falsa
E o mundo está cheio delas.
Mas, não se engane, não,
A pior coisa do mundo
É o carcamano do patrão.

O trabalhador não tem tempo pra nada.
Banco de horas, hora extra, flexibilização.
A saúde é descartável, o lazer, nem se fala.
Tudo isso pra dar lucro
Ao carcamano do patrão.

Se o trabalho dignifica,
Por que adoecemos?
De tanto trabalhar!
De sol a sol, sem parar.
Por isso, não se engane, não.
O único responsável
É o carcamano do patrão.

Adocer, hoje em dia,
É entregar a vida, adeus.
Fila do SUS, isso dá o que falar...
Mas tem gente que não se aperta
Porque tem, na hora certa,
Atendimento médico e particular.

Adoecer no trabalho,
ao invés de ganhar o pão.
Que ironia do destino, essa do peão.
Trabalhador quer saúde e dignidade,
mas vá convencer a vaidade
Do carcamano do patrão?

O trabalho é pra viver, não pra adoecer,
diz a máxima popular.
Mas, então, que se reduza a jornada
e diminua a exploração.
Se tem gente que acha pouco,
que ponha a mão na massa.

Vamos deixar que ele faça,
esse que nos humilha,
o carcamano do patrão.

Sérgio Homrich (3 de julho de 2008)

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