quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Procuradoria pedirá fiscalização na empresa Borrachas Jaraguá

Sindicato e oito trabalhadores da empresa tiveram audiência com o procurador

Jaraguá do Sul - O procurador do Trabalho, Guilherme Kirtschig, vai solicitar à Fiscalização do Ministério do Trabalho uma vistoria para avaliar a situação da empresas Borrachas Jaraguá, parada há mais de um mês por falta de matéria prima e literalmente abandonada pelo patrão. A decisão do procurador tem como base audiência com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores (Sintiquip), realizada dia 23 de novembro, em Joinville. Acompanhados da assessoria jurídica e de oito trabalhadores ( tanto da produção, como dos setores de supervisão e recursos humanos), os dirigentes do Sintiquip cobraram providências do Ministério Público do Trabalho em relação a situação de abandono de cerca de 20 trabalhadores, que estão com salários atrasados e sem perspectivas de um final de ano digno.
De acordo com o presidente do Sintiquip, Sérgio Ferrari, o procurador se convenceu de que existe, no mínimo, uma "confusão" no que se refere ao patrimônio da empresa e do proprietário da mesma e vai solicitar a fiscalização tendo como base as denúncias feitas pelo Sindicato. O objetivo do Sintiquip é que os bens da empresa venham a garantir o posterior pagamento dos débitos referentes aos trabalhadores. "O Sindicato quer que o proprietário da empresa, Mário Leoberto Filho, se responsabilize pela situação da Borrachas Jaraguá", informa o assessor jurídico do Sintiquip, advogado Luiz Henrique Ortiz Ortiz. De acordo com ele, desde 2007 a empresa não deposita o FGTS, cuja dívida está em cerca de R$ 900 mil, sem contar a dívida com o INSS e outros encargos trabalhistas. No total, a estimativa é de que a dívida da empresa supere R$ 2,5 milhões.
Durante a audiência com o procurador, o Sintiquip e os trabalhadores propuseram uma intervenção na empresa como única forma de manter os empregos dos trabalhadores. A intenção é fazer com que a fábrica volte a produzir sob a administração dos próprios trabalhadores. Foram ouvidos quatro dos oito funcionários que estiveram presentes à audiência e o procurador deve ouvir mais dois depoentes, por sugestão do grupo de trabalhadores. "Os depoimentos foram contundentes e não deixaram dúvidas quanto a situação da empresa", afirma o presidente do Sintiquip, Sérgio Ferrari. 

Fábrica volta a produzir
Dia 22 de novembro, o Sindicato chegou a comprar matéria prima e os trabalhadores produziram 1.500 câmaras de bicicleta, mesmo com maquinário deficiente e sem condições normais de trabalho. O chão da fábrica tinha vida novamente. De acordo com o presidente do Sintiquip, Sérgio Ferrari, a matéria prima comprada pelo Sindicato foi suficiente para apenas um dia - foram comprados 100 quilos de um material chamado de negro de fumo, ao valor de R$ 600,00, o suficiente para 1.500 câmaras (foto em anexo). Mais informações com Sérgio Ferrari (9914-4856).

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