quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MANIFESTO - Entidades repudiam tortura nas prisões de SC

Senhoras e senhores, companheir@s e parceiros na luta pela defesa dos direitos humanos,

- Estamos divulgado o MANIFESTO abaixo e solicitando a adesão de entidades, autoridades, parlamentares, movimentos sociais e todos aqueles que se indignam com os crimes de tortura, notadamente o acontecido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara e no Presídio Regional de Tijucas, em Santa Catarina.
- Todas as adesões são valiosas e serão encaminhadas aos canais competentes para que estes fatos não fiquem impunes.
- As adesões devem ser encaminhadas para o email: cynthiapintodaluz@terra.com.br, serão acrescentadas ao Manifesto, publicadas no Portal MNDH: www.mndh.org.br e enviadas às autoridades catarinenses.
- Agradecemos as inúmeras manifestações de solidariedade que estamos recebendo.

Atenciosamente.
Cynthia Pinto da Luz – pela Coordenação do MNDH.

Vejam o vídeo.

M A N I F E S T O

O Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH, o Conselho Carcerário de Joinville – SC, o Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz de Joinville – SC, a Pastoral Carcerária de Joinville – SC e a Comissão de Direitos Humanos da OAB Subseção de Joinville – SC vêm a público convocar autoridades, parlamentares, entidades, movimentos sociais, órgãos e representantes da sociedade civil a se manifestarem contra os atos de tortura praticados por agentes prisionais na Penitenciária de São Pedro de Alcântara e no Presídio Regional de Tijucas, no estado de Santa Catarina, comprovados pelas imagens veiculadas nacionalmente pela TV Globo no dia primeiro de novembro e por toda a mídia estadual e nacional.

Presos foram barbaramente torturados, seviciados, espancados por agentes prisionais, na presença do gerente do Departamento de Administração Prisional da Secretaria de Estado de Justiça, Hudson Queiróz nestas unidades prisionais.

Não há dúvidas sobre o uso da tortura por servidores públicos, nem mesmo sobre a conivência da Secretaria de Estado com esta prática hedionda. Na verdade, a tortura é recorrente nas unidades prisionais do estado, sendo constantemente denunciada pelas entidades de defesa de direitos humanos e ignoradas pelo Governo de Estado, que prefere a impunidade e a omissão.

É inaceitável a atitude do Governador do Estado, Luis Henrique da Silveira, que afastou apenas um dos agentes prisionais torturadores e mantém no cargo o sr. Hudson Queiróz, ignorando sua presença exatamente nos locais e momento das agressões.

Estes fatos desnudam a orientação da política prisional no Estado, fundamentada na violação dos direitos dos presos, na repressão e na tortura cotidiana. Exemplo disso é a Penitenciária Industrial de Joinville que continua sendo administrada por pessoa condenada em primeira instância pelo crime de tortura.

As imagens assistidas em todo o país não se constituem fatos isolados, mas refletem a falência do sistema prisional no estado e a incapacidade e responsabilidade de seus gestores – Governador Luiz Henrique da Silveira, Secretário da Justiça Justiniano Pedroso e gerente de administração prisional Hudson Queiróz – de implementarem uma política fundamentada no respeito aos direitos humanos e na legislação nacional e internacional vigentes (Convenção da Organização das Nações Unidas Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes - Art. 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos - Art. 5º, III, da Constituição Federal - Lei n. 9.455/97, Lei da Tortura – Lei 7.210/84, Lei de Execução Penal).

Exigimos medidas imediatas no sentido de punir os responsáveis e eliminar a tortura do sistema prisional catarinense. A tortura é crime de lesa-humanidade, inafiançável e imprescritível e não podemos tolerar que imagens degradantes como estas se repitam em Santa Catarina ou em qualquer parte do Brasil.

Assim, os signatários exigem do Governo do Estado de Santa Catarina:
a) O imediato afastamento do cargo de gerente da administração prisional do Sr. Hudson Queiróz, bem como seu afastamento de qualquer função pública, para responder à processo administrativo e criminal pelo crime de tortura;

b) O imediato afastamento de todos os agentes prisionais do Sistema Penitenciário de Santa Catarina envolvidos nesse vergonhoso episódio, para que respondam a processo administrativo e criminal por crime de tortura;

c) A informação pública dos nomes dos servidores envolvidos na prática de tortura nos eventos acontecidos na Penitenciária de São Pedro de Alcântara e no Presídio Regional de Tijucas;

d) A inquirição dos srs. Administradores da Penitenciária de São Pedro de Alcântara e do Presídio Regional de Tijucas sobre os fatos e a prática de tortura acontecida nas unidades que gerenciam.

e) Divulgação permanente, ampla e transparente do curso dos processos criminais e administrativos, já que nenhum requisito sustenta o sigilo, sendo medida necessária para o exercício do controle social.

As imagens de tortura em de Santa Catarina ofendem e humilham todos os brasileiros. O Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do Protocolo da Organização das Nações Unidas contra a Tortura e certamente responderá por isso internacionalmente.

Brasília – DF/Joinville/SC, 4 de novembro de 2009

- Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH
- Conselho Carcerário de Joinville – SC
- Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz de Joinville – SC
- Pastoral Carcerária de Joinville – SC
- Comissão de Direitos Humanos da OAB Subseção de Joinville – SC
- Cynthia Maria Pinto da Luz – Conselheira do Conselho Nacional de Segurança Pública – CONASP

3 comentários:

  1. Florianopolis 9 de novembro de 2009.Uma mae que chora. Tenho um filho preso em sao pedro, ja foi torturado qdo foi preso c choque afogamento etc. depois ida p joinville onde aponhou e seis dias de castigo. depois p tijucas onde foi torturado, nessa divulgada so agora. Eu vi meu filho todo machucado com uma semana, qdo foi liberado as visitas. e me pergunto. meu filho nao matou, nao roubou, nao estuprou, nao cometeu nem um crime ediondo. e mesmo que tivesse cometido, com essa atidude repudiada por todos, como vai sair de la e tentar voltar ao convivio social. meu filho hoje se chama (xxxx)e seu responsavel e o estado e o estado o tortura. meu filho esta la por causa de um telefonema e foi retificado que ( a maconha ) n estava com ele, e nao era dele. e por isso ta pagando um preso muito caro. A omissao do estado e no mais alto grau, e desumano.Com esse tratamento, criaremos mais marginais, e nao recupera-lo. Ja nao sou mais a mesma com tanto sotrimento em 2 longos anos. Que alguem me ouça.

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  2. Anônimo:
    por favor, precisamos de seu endereço eletrônico para conversarmos sobre o seu filho que está preso. Aguardamos retorno.

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  3. Anônimo:
    por favor, precisamos de seu endereço eletrônico para conversarmos sobre o seu filho que está preso. Aguardamos retorno.

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