segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Joinville: Visita CDH/OAB no Hospital Materno Infantil

Na última semana a Comissão de Direitos Humanos da OAB (CDH/OAB) visitou o Hospital Materno Infantil a fim de averiguar a denúncia de falta de médicos para atendimento no Pronto Socorro, feita pelo Dr. Miguel Teixeira Filho presidente da Subseção de Joinville.

Uma das atribuições da CDH/OAB, dentre outras espinhosas, é verificar os problemas relacionados à saúde, identificar suas causas e propor mecanismos de transformação, mediação ou mesmo denúncia às autoridades, quando necessário, com o fim de fiscalizar e contribuir na melhoria do sistema público de saúde.

Na oportunidade, fomos muito bem recebidos pela direção do Hospital Infantil que apresentou todos os esclarecimentos solicitados, inclusive acerca do episódio ocorrido no domingo do dia 15 de maio último, quando um bebê de apenas um ano aguardou mais de sete horas para ser examinado por um médico no Pronto Socorro.

Ocorre que foi possível constatar que a equipe médica, apesar de qualificada, é insuficiente para atender a demanda nos horários de pico. São apenas dois médicos pediatras clínicos, dentre outros especialistas, e o plantão prioriza os atendimentos de maior complexidade como preconiza o Protocolo de Manchester.

Isto é, os casos urgentes acabam mobilizando a atenção dos médicos plantonistas e os outros pacientes precisam esperar pela disponibilidade da equipe. O que faz com que uma criança possa aguardar por várias horas até que seja examinada por um médico.

Outro problema é que a triagem é feita apenas por profissionais de enfermagem e a avaliação médica capaz de diagnosticar a gravidade do estado dos pequenos pacientes pode ser realizada tardiamente, por vezes com mais de cinco horas de espera, colocando em risco a integridade física de crianças e adolescentes, bem como contribuindo para a instabilidade emocional de familiares angustiados pela demora no atendimento.

O Protocolo de Manchester, hoje implantado em toda a rede de atendimento de saúde de Joinville, estabelece o procedimento de triagem e classificação do paciente que chega ao Pronto Socorro. Apesar de ser uma medida lógica - atender primeiro às emergências – mascara a enorme demanda existente e a precariedade de atendimento na rede básica de saúde (postos e pronto atendimento), sujeitando as pessoas à situação de risco.

O descaso com a saúde que gera filas intermináveis para consultas e cirurgias, falta de atendimento emergencial, de médicos e medicamentos fica parecendo que é normal, mas não é.

A CDH/OAB está elaborando um relatório detalhado sobre o assunto e suas recomendações serão encaminhas às autoridades para as devidas providências.
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